Representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) foram recebidos nesta quinta-feira pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e criticaram a proposta do governo que vem sendo sinalizada para a reforma da Previdência. Segundo eles, o encontro ocorreu com o vice, pois foi marcado no período que Mourão ocupava interinamente a Presidência. Nesta quinta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ser “muito cedo” para falar em mudanças na legislação trabalhista, indicando que essas alterações podem não estar na proposta de reforma da Previdência que será enviada nas próximas semanas ao Congresso.
Após o encontro, o presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que reivindicou mais diálogo do governo com os trabalhadores. De acordo com o sindicalista, Mourão respondeu que o debate sobre a reforma deveria ser feito no Congresso.
– Ele (Mourão) acha que tem que fazer o debate no Congresso Nacional, que lá é o espaço para fazer o debate. E nós vamos pressionar muito para que não seja tirado nenhum direito dos trabalhadores – ressaltou o sindicalista.
Freitas criticou a proposta do regime de capitalização , uma das sugestões do governo para a reforma.
– Se a proposta é essa que está aparecendo, de capitalização, isso é ruim para os trabalhadores. Acaba com a seguridade social e não garante a aposentadoria. Nós não concordamos e se é isso tem que ser retirado e levado para a sociedade discutir. Não assim, a toque de caixa, uma coisa que muda a vida das pessoas completamente – disse o presidente da entidade.
Pelo regime de capitalização cada trabalhador contribuiria para sua própria aposentadoria, diferentemente do sistema atual, de repartição (os ativos recolhem para um bolo que é dividido entre aposentados e pensionistas).
Vagner Freitas afirmou que a CUT deve fazer uma assembleia no próximo dia 20 e que a entidade, que reúne diversos sindicatos pelo país, pretende “construir alternativas” para enfrentar a reforma:
– Vamos fazer uma assembleia nacional da classe trabalhadora agora no dia 20, onde vamos construir alternativas para enfrentarmos essa reforma da Previdência. Queremos organizar os trabalhadores para a resistência porque os seus direitos estão sendo retirados. Não existe democracia sem que os trabalhadores tenham legislação que os protejam – concluiu o presidente da CUT.
De O Globo
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