No dia 24 de março, Guilherme Wanderley entrou na sede da
Procuradoria em Natal e disparou contra Rinaldo Reis Lima e outras duas vítimas
Agência Estado
O Ministério Público Estadual do Rio Grande do Norte
denunciou o ex-servidor Guilherme Wanderley Lopes da Silva pelas tentativas de
homicídio contra o procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis Lima, o procurador
de Justiça adjunto Jovino Pereira da Costa Sobrinho e o Coordenador da
Assessoria Jurídica Administrativa Wendell Beetoven Ribeiro Agra.
No dia 24 de março, Guilherme invadiu armado o prédio da
Procuradoria-Geral de Justiça em Natal e atirou contra os procuradores e o
coordenador. Antes dos disparos, entregou uma carta na qual constavam as
supostas motivações para o crime.
Na denúncia contra o acusado, os promotores afirmam que
‘desde a assunção ao cargo de provimento em comissão, no ano de 1997, e após
sua inclusão como servidor efetivo da instituição ministerial, o denunciado não
sofreu qualquer punição disciplinar ou teve algum tipo de solicitação
administrativa negada’.
Segundo a investigação do Ministério Público, quando
Rinaldo Reis Lima se candidatou ao cargo de procurador-geral de Justiça, em
2013, Guilherme Wanderley teria tentado convencer os promotores e procuradores
a não votarem nele, em razão de uma das propostas relacionadas aos vencimentos
dos servidores da Instituição, que teria desagradado o então servidor.
“O desejo de vingança do acusado aumentou com a reeleição
de Rinaldo Reis no ano de 2015, o que também significava a permanência das
outras vítimas, Wendell Beetoven Ribeiro Agra e Jovino Pereira da Costa
Sobrinho, na administração superior do Ministério Público do Rio Grande do
Norte”, relatam os promotores que subscrevem a denúncia.
Segundo a acusação, Guilherme Wanderley teria adquirido
‘de forma ilegal’ um revólver para ‘entabular um plano para ceifar a vida das
vítimas’.
O ex-servidor da Procuradoria elaborou inclusive pedidos
de exoneração a serem assinados pelos procuradores Rinaldo Reis Lima e Jovino
Pereira da Costa Sobrinho.
Segundo a carta, redigida pelo acusado, os procuradores
admitiriam ‘atos de improbidade’ e pediriam ‘desculpas’, inclusive ao próprio
criminoso. Momentos antes de atirar, a carta foi entregue às vítimas, dentro do
prédio da Procuradoria.
No texto, redigido pelo próprio denunciado, há um tópico
intitulado ‘Por que matar Rinaldo, Jovino e Wendell?”. Em um parágrafo, o
ex-servidor afirma que ‘foi tempo demais na companhia desses tiranos’.
“No meio Ministério Público, local do meu labor, não
mais! Chega!”, escreveu.
Logo após entregar a carta, segundo a denúncia do
Ministério Público, o ex-servidor sacou a arma e começou a atirar. Os disparos
atingiram o procurador-geral de Justiça e as outras vítimas.
Depois do atentado, Guilherme Wanderley conseguiu fugir.
No dia seguinte, o ex-servidor público se entregou e foi preso preventivamente.
Os promotores acusam Guilherme Wanderley por três
tentativas de homicídio duplamente qualificados, ‘pela motivação fútil e em
razão de ter sido praticado mediante dissimulação’.
COM A PALAVRA, GUILHERME WANDERLEY
O advogado Jonas Antunes, que defende Guilherme
Wanderley, não foi localizado. O espaço está aberto para manifestação.
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