Rede Brasil Atual - Concluída a parte política do 1º de Maio - após as 14h, começaram as apresentações políticas do 1º de Maio - após as 14h, começaram as apresentações musicais –, representantes das centrais sindicais estimaram em 200 mil o número de pessoas no Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo, em ato que teve a "reforma" da Previdência como tema principal. Dirigentes pediram a retirada do projeto como ponto de partida para um eventual princípio de diálogo. Mas apostam na greve geral, marcada para 14 de junho, como fator fundamental para derrotar o governo.
"A briga é muito dura. Temos condições de barrá-la (a proposta governista). Mas eles também têm condições de aprovar. Precisamos convencer a opinião pública a pressionar os deputados", disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, depois dos pronunciamentos de representantes das 10 centrais que se uniram pela primeira vez nesta data. "É um sinal de amadurecimento das centrais", comentou o presidente da Força, Miguel Torres.
Segundo Vagner, as entidades estão de acordo quanto à necessidade de "ajustes" no sistema previdenciário. "Tem de pegar sonegadores, pegar as empresas que sonegam. Mas o que Bolsonaro quer fazer é acabar com a Previdência", afirmou.
Durante o ato, líderes políticos enfatizaram a necessidade de unir a oposição em torno de uma agenda mínima e contra a "reforma". O ex-candidato Fernando Haddad (PT) disse que o governo tem "pessoas obscurantistas" e afirmou que a economia está patinando. Segundo ele, Bolsonaro é hoje "persona non grata no mundo inteiro".
Carlos Lupi, do PDT, aposta num "rastilho de pólvora", no sentido da mobilização social contra o governo, que ao apresentar a proposta de reforma estaria sofrendo o que ele chama de "maldição dos pobres", tornando-se, com poucos meses, o mais impopular da história brasileira.
O presidente da CTB, Adilson Araújo, acredita que a "centralidade" do movimento oposicionista está em uma agenda que contemple itens como a reforma tributária, aumentando o limite de isenção do Imposto de Renda na fonte, por exemplo. Citando dados de lucros de bancos e indicadores econômicos, Adilson afirmou que "esses dados são reveladores de que quem está pagando a conta da crise é a classe trabalhadora". "É um governo desqualificado, despreparado, sem um projeto para o país."
Para o presidente da UGT, Ricardo Patah, ainda há possibilidade de diálogo com o governo. "Senti essa possibilidade na reunião com Bolsonaro", afirmou o o sindicalista, que esteve com o presidente da República na última segunda-feira (29). "Pedi a ele que pudesse ampliar a participação com todas as centrais", disse Patah, para quem é possível, apesar de pensamentos divergentes, encontrar composição em alguns itens, mesmo na questão previdenciária. E o movimento sindical não pode ser "sufocado". "Temos de exaurir o diálogo", acrescentou.
Na próxima segunda-feira (6), à tarde, dirigentes das centrais vão se reunir em São Paulo para fazer um balanço do ato de hoje e discutir os próximos passos
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