O Rio Grande do Norte pode perder até R$ 60 milhões em um ano caso o preço do petróleo se mantenha no patamar próximo ao atual. O valor representa o que o Estado deixaria de arrecadar com os royalties da produção em seu território. Em 2019, a produção de petróleo rendeu aos cofres potiguares aproximadamente R$ 180 milhões.
De acordo com o secretário estadual de Tributação, Carlos Eduardo Xavier, a estimativa leva em conta o preço do petróleo a 34 dólares o barril. Essa foi, até agora, a cotação mínima do produto esta semana, marcada pelo pânico no mercado financeiro por causa da “guerra” de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia, os dois maiores produtores mundiais, e do avanço do coronavírus.
O pior dia da cotação foi a segunda-feira (9). O preço do barril tipo Brent (referência para o mercado global) chegou a cair 24%, para US$ 34,36 o barril. Na terça-feira (10), o produto teve uma recuperação de 4%, mas voltou a cair nesta quarta-feira (11). No fim da tarde de ontem, o barril custava US$ 35,76, o que significa uma queda de 3,9% em relação à véspera.
Segundo Carlos Eduardo Xavier, a queda no preço do petróleo pode atingir não só a arrecadação do Estado com os royalties sobre a produção, mas também a arrecadação de ICMS sobre combustíveis, caso haja uma drástica redução no preço da gasolina. O secretário de Tributação afirma que os impactos negativos poderão ser percebidos “no curto prazo”.
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em janeiro de 2020 – últimos dados disponíveis, o Rio Grande do Norte produziu uma média de 35 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a cerca de 1% da produção nacional. O Rio de Janeiro é o maior produtor, com média de 2,4 milhões de barris por dia.
A crise do petróleo começou no início da semana, quando a Arábia Saudita anunciou a redução dos seus preços e o aumento da produção interna, com impacto nos mercados pelo mundo. A medida do país do Oriente Médio foi uma reação à negativa do governo russo de aderir a um esforço de redução da produção mundial diante da queda da demanda por causa do novo coronavírus.
Fonte: AGORA RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário