FONTE: AGORA RN
A revitalização das atividades de exploração e produção
de petróleo na Bacia Potiguar pode ser um passo para a retomada de
investimentos no setor. Esse será o foco do seminário “Terras de Petróleo” que
acontecerá no dia 19 de maio, a partir das 14 horas no auditório principal da
sede do Fecomércio/RN.
O seminário vai discutir as ações e proposições para a
revitalização das atividades de petróleo em terra, em especial no contexto do
REATE (Programa de Revitalização das Atividades de Exploração e Produção de
Petróleo e Gás em Áreas Terrestres), para os estados do Rio Grande do Norte e
Ceará, onde se localiza a Bacia Potiguar.
O REATE é uma iniciativa da Secretaria de Petróleo e Gás
do Ministério de Minas e Energia, que está mobilizando entes públicos,
lideranças empresariais e de trabalhadores da indústria para discutir e
implementar medidas que ajudem o processo de revitalização da atividade
petrolífera em terra. A consolidação de ideias advindas do encontro será
direcionada para a consulta pública sobre a política setorial do REATE, que
encontra-se aberta para sugestões no site do Ministério.
Segundo o Secretário de Petróleo do Ministério de Minas e
Energia, Marcio Félix, o Governo Federal quer estimular iniciativas que
propiciem a implantação de medidas e incentivos levando em conta as especificidades
regionais. “Os estados do Rio Grande do Norte e do Ceará estão de parabéns por
tomar a iniciativa de trazer as discussões para o nível local, onde as coisas
de fato acontecem neste setor”, afirmou.
O presidente dos sindicato das empresas do setor no RN,
Fernando Lucena Soares, concorda. E acrescenta que as discussões têm que
incluir todos os segmentos atuantes e afetados pela indústria, principalmente
quando ela passa por momentos difíceis como agora. “Quando uma grande empresa
ou um região sofre um revés traumático ou enfrenta uma crise, toda uma cadeia
produtiva e um contingente enorme de trabalhadores e comunidades é afetada. A
solução não pode vir de um lado só. Todos têm que participar e ser ouvidos”.
Para João Vicente Carvalho Vieira, coordenador do REATE
no Ministério das Minas e Energia, “o REATE tem revelado grandes diferenças de
abordagem a ser empregadas em cada região e cada bacia, por isso a forma de
trabalho com núcleos regionais é muito apropriada, e certamente será
reproduzida como modelo para outras regiões do país”.
Entre as instituições participantes estão a Agência
Nacional de Petróleo (ANP), Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Petrobras,
Federações das Indústrias e do Comércio dos Estados do RN e CE, sindicatos
locais de empresas e de trabalhadores, universidades, SENAI, SEBRAE, Instituto
Brasileiro do Petróleo (IBP) e a Associação Brasileira dos Produtores
Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP).
Bacia Potiguar
O Rio Grande do Norte e o Ceará têm sofrido com a desativação gradual de campos de petróleo e gás somada à queda nos investimentos, tanto por parte da Petrobras quanto das demais empresas que operam na Bacia Potiguar.
O Rio Grande do Norte e o Ceará têm sofrido com a desativação gradual de campos de petróleo e gás somada à queda nos investimentos, tanto por parte da Petrobras quanto das demais empresas que operam na Bacia Potiguar.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a
produção de petróleo no Brasil supera os 2,55 milhões de barris por dia (bbl/d)
sendo que 47% do total produzido já provém do Pré-Sal, localizado no litoral do
Sudeste.
As bacias maduras terrestres (Espírito Santo, Potiguar,
Recôncavo, de Sergipe e Alagoas) produziram 137 mil boe/d, sendo 110,1 mil
bbl/d de petróleo e 4,3 milhões de m³/d de gás natural. Desse total, 131,8 mil
barris de óleo equivalente por dia foram produzidos pela Petrobras e 5,2 mil
boe/d por concessões não operadas pela Petrobras.
A Bacia Potiguar, que também inclui uma parte marítima, é
uma bacia sedimentar brasileira localizada ao longo da costa do estado do Rio
Grande do Norte e extremo-oeste do estado do Ceará. Possui uma área de 119.030
mil quilômetros quadrados, sendo 33.200 km2 emersa e 86.100 km² submersa. O
ínicio da exploração petrolífera dessa bacia se deu em 1952 em terra (com a
primeira descoberta no campo de Mossoró em 1979) e 1972 no mar (com a primeira
descoberta no campo de Ubarana em 1973). Atualmente ainda existem mais de 3.800
mil poços produtores de petróleo e gás no Rio Grande do Norte e no Ceará.
Apesar de já ter chegado a produzir mais de 100 mil
barris de petróleo-equivalente (petróleo e gás natural somados) nos anos 90, a
parte terrestre da Bacia Potiguar oscila hoje entre 60 e 70 mil barris de
petróleo-equivalente pro dia. Muitas empresas fornecedoras da Petrobras foram
atingidas pela redução dos investimentos, especialmente na região mossoroense.
O Sindicato das Empresas de Petróleo e Gás do Rio Grande do Norte (SIPETRO/RN) calcula que o investimento da Petrobras foi reduzido em pelo menos R$200 milhões de reais nos últimos dois anos. Segundo o Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do RN (SINDIPETRO/RN), a desativação de todas as sondas terrestres da Bacia Potiguar, em setembro do ano passado, está gerando mais de 5 mil demissões ao longo de toda a cadeia produtiva local.
O Sindicato das Empresas de Petróleo e Gás do Rio Grande do Norte (SIPETRO/RN) calcula que o investimento da Petrobras foi reduzido em pelo menos R$200 milhões de reais nos últimos dois anos. Segundo o Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do RN (SINDIPETRO/RN), a desativação de todas as sondas terrestres da Bacia Potiguar, em setembro do ano passado, está gerando mais de 5 mil demissões ao longo de toda a cadeia produtiva local.
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